NÓS SEMPRE TEREMOS PARIS

Relembre a cena: "Nós sempre teremos Paris", é assim que um carrancudo Rick Blaine (Humphrey Bogart) despede-se da amada Ilsa (Ingrid Bergman), em “Casablanca”, de Michael Curtiz (1942). Não há como esquecer, tampouco, da trilha sonora “As Time Goes By”, com a famosa frase de Ilsa: "Play it again, Sam". O amor ficou cravado no coração de cada um.

 

É Paris. Com suas passagens, galerias comerciais levando de uma rua a outra, cheias de lojas atraentes: Gucci, Chanel, Christian Dior, Louis Vuitton, Hermès, Lacoste, Guerlain; cafés, Champs Élysées, Louvre, Jardim de Luxemburgo, Tour Eiffel, Sena, Versailles, Notre-Dame... É assim andar a pé por Paris, cenário singular da vida moderna, parte do mito da Cidade Luz.

 

Capital do mundo, sua força criativa e inspiradora atraiu artistas icônicos de todas as partes: Manet, Degas, Cézanne, Gauguin, Van Gogh, Matisse, Renoir, Toulouse-Lautrec, Picasso, Modigliani... Impressionistas, loucos, ávidos, geniais. Todos viveram, produziram, passaram por Paris.

 

Van Gogh, após período em Paris, instalou-se em Arles, e é de lá que vem a apoteose do amarelo: “Os Girassóis”, “O filho do Carteiro”, a “Arlesiana”, “Noite Estrelada”, “Um Café em Arles”, “A Casa Amarela”, entre tantos outros. Sonhava em estabelecer uma comunidade de artistas com a ajuda de Gauguin, todavia, os conflitos entre ambos desencadeariam a primeira crise mental de Vincent, que se automutila. "Sou um homem de paixões", disse.

 

Não posso deixar de citar Montparnasse, local onde foram buscar inspiração James Joyce, Henry Miller, Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald e Gertrude Stein. “Trópico de Câncer”, de Miller, e “Paris É uma Festa”, de Hemingway, descrevem a Paris por eles vivida.

 

Permanecer horas sentada em um café parisiense — Café Les Deux Magots, Le Flore, Fouquet's, Café de La Paix — tomando um excelente vinho, significa deixar rolar o carretel mental e lembrar a esplêndida fotografia de Robert Doisneau, “O Beijo do Hôtel de Ville”, que não foi roubado, nem por isso permanece menos singular. Relembrar a força criativa e talentosa de Willy Ronis, Henry Cartier-Bresson, René Jacques, que trouxeram uma visão humanística da imagem e da cidade e traduziram emoções modo puramente visual. Ficar na doce dúvida entre os sabores da Fauchon. Ou simplesmente pedir uma xícara de desejar.

 

Lembrar de Jean Paul Sartre, “O Ser e o Nada”; “O Estrangeiro”, de Albert Camus; “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, senhor das lágrimas humanas, defensor da liberdade e da justiça; Edith Piaf e “La Vie en Rose”.

 

“Jules e Jim”, de François Truffaut, e a eterna Jeanne Moreau, sua doce risada, correndo pelas ruas de Paris vestida com roupas masculinas, numa total liberdade intelectual e moral. "Hino à vida". ““C’est la vie! É Paris-

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PARIS É UMA FESTA, vi e vivi

XADREZ