UM CINEMA DE ALMA

 

Vi filmes incríveis no Cine Belas Artes: “Cidadão Kane”, de Orson Welles; “Apocalypse Now”, “Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola; “Quanto Mais Quente Melhor”, de Billy Wilder; “Gritos e Sussurros”, de Ingmar Bergmann; “Morte em Veneza”, de Luchino Visconti; “A Noite”, de Michelangelo Antonioni; “Lúcia e o Sexo”, de Júlio Medem; “As Bicicletas de Belleville”, de Sylvain Chomet, “Paixão Selvagem”, de Serge Gainsbourg; “Medos Privados em Lugares Públicos”, de Alain Resnais ... 

Minha relação com o Belas Artes intensificou minha paixão por filmes que remontam à minha infância, quando eu via, ria e revia os filmes do eterno vagabundo Carlitos com suas mímicas que pareciam desafiar todas as forças instituídas. Comecei a frequentá-lo assiduamente nos idos 1989. Na época, havia as livrarias 5ª Avenida e a Belas Artes, que era parada obrigatória, pré-sessão. Na primeira havia uma seção de artes, muito boa. 

Realmente é um cinema muito querido, redundante tecer elogios diante do “Movimento Cine Belas Artes” e do abaixo-assinado de 90.000 nomes para reabri-lo. Lembro-me que fiquei feliz quando, em outubro de 2012, o Condephaat tombou a fachada do edifício que o abriga. No dia em que reabriu, lá estava eu anonimamente tirando fotos da fila que circundava o quarteirão. Não deu para rever “Quanto Mais Quente Melhor”, minha comédia favorita. Voltei no dia seguinte e confesso que gostei dos detalhes. O balcão do café estava lá, uma pequena livraria, bem como uma homenagem, um registro tocante do manifesto de cinéfilos e não-cinéfilos para não deixar o cinema morrer. E um lugar especial para os cartazes do icônico “Metrópolis”, de Fritz Lang, criado pelo pintor alemão Heinz Schulz Neudamm; “Nosferatu”, de F. W. Murnau; “O Gabinete do Dr. Caligari”, de Robert Weine; “Ladrões de Bicicleta”, de Vittorio De Sica; “Na Estrada da Vida”, “Amarcord”, de Federico Fellini; “Vertigo”, de Alfred Hitchcock... Por quê? “Rosebud”. “Porque o dono gosta de cinema”. Como não poderia faltar, menção a Jules Verne, para não esquecer dos sonhos. E as salas de exibição?! Ótimas. Palco da arte cinematográfica, o Belas Artes tem alma.

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